Imagem: Carliane
( Foto de uma das principais calçadas de Maracanaú, proximo ao Hospital Municipal )
COM O PLANO DE MOBILIDADE URBANA PARA A COPA, FORTALEZA PASSA POR GRANDES REFORMAS. QUE SEM DÚVIDA SERÁ DE GRANDE TRANSFORMAÇÃO. MAS SERÁ QUE ESSAS REFORMAS ESTAM ACESSÍVEIS COM A NOSSA REALIDADE? OU É MAIS UMA OBRA PARA TURISTA VER?
Em um levantamento realizado pelo portal eletrônico do Mobilize, revela que Fortaleza foi considerada a cidade que tem as melhores calçadas em todo o país. Na pesquisa, Fortaleza está com a média geral de 7,63. Na frente de cidades como: Porto Alegre com média geral: 6,60; Curitiba com média geral de 6,68 e São Paulo com média geral de 6,32.
A pesquisa não foi vista com bons olhos por muitos Fortalezenses. Afinal, se nós temos as melhores calçadas de todo o território Nacional, imagina com deve ter as piores calçadas!(Manaus- com média geral de 3,60)
Eu sou suspeita pra falar da acessibilidade por ser um dos meus maiores interesses. Eu saio de casa e fico observando cada detalhe. Sou daquelas que sei tirando foto de cada pedacinho da calçada e chego em casa e vou logo escrever sobre o que eu registrei. E cada dia que passa reparo que nada se faz para reverter esse quadro. Em Maracanaú as pessoas não cuidam de suas calçadas. O que vejo muito são donas de casa lavando a calçada. Acho um absurdo, porque além de gastar água, ela não se preocupa com o principal: a segurança, tanto para o proprietário quanto para o pedestre. Uma boa calçada não é aquela alta que serve pra você se sentar com seus amigos num fim de tarde. Pelo contrário, uma calçada correta é aquela que tenta ser padronizada, parecida com a do vizinho, para que o pedestre possa andar o quanto mais em um plano padrão. Uma boa calçada não é aquela com azulejo lindo e brilhoso. E sim aquele que é antiderrapante. E melhor quando tem os azulejos direcionados para deficientes visuais. Aí é perfeito!
Fortaleza está longe de ter padrões como estes. Quando temos calçadas padrões e com acessibilidade para cadeirantes e carrinhos de bebês, essa faixa é totalmente limitada a uma trajetória muito curta. Do que adianta eu ter acessibilidade em 100 metros e lá na frente eu não conseguir andar mais um passo por conta de uma elevação fora do padrão? Não adianta de nada.
Quando falamos de acessibilidade nas calçadas, lembremos dos idosos, das crianças, dos carrinhos de bebês, não limitemos só aos cadeirantes. Afinal de contas todos tem o mesmo direito de ir e vir.
As avenidas Bezerra de Menezes e Domingos Olímpio receberam as melhores notas, com média de 9,1 cada. Enquanto isso, o Centro recebeu 5,3.
Há muito que fazer ainda para mudar essa realidade.Precisamos de verdadeiros olhos para essas mudanças. Essas ‘ soluções ‘ se tornam problemas, e não é preciso passar um ano pra que percebemos isso, a reforma já começa errada.
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