domingo, 10 de junho de 2012

DIA DA RAÇA

            Imagem: blog.myheritage.com.br

            Durante o Regime Ditatorial do Estado Novo, comemorava-se o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas do dia 10 de junho de 1933 até à Revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974 e era celebrado como o Dia da Raça: A raça portuguesa! Geralmente era atribuído à esse povo adjetivos como: garra, bravura, destemido e por aí vai. Adjetivos dos quais muitos associam aos escravos.
Para alguns estudiosos todas essas datas comemorativas tem cabimento. Concordo em um estudo mais aprofundado. Alguns fundamentalistas de esquerda, logo se rebelaram pelo do Dia da Raça em uma hipótese questionadora de atribuição pejorativa e errônea sendo comparada a casta, etnia e outras designações desagradáveis.
Se formos parar para analisar os fenômenos históricos e sociais que contribuíram para esses questionamentos que levamos hoje, haverá muitas controversas, sem falar do comparativo PORTUGUÊS-NEGRO, que para alguns é uma grande ofensa. Já que para estes, os Portugueses não contribuíram com nada na formação do nosso país. Mas acredito que essa hipocrisia imposta deve ser abolida. Já que foram sim muitas contribuições.
Na verdade, foi a “raça” dos Portugueses que trouxeram para o Brasil a língua portuguesa, o catolicismo. Introduziram na nossa alimentação animais como: porcos, vacas, ovelhas, cabras, bois, galinhas, carneiros, gansos e patos. Além de trazer nas embarcações: presunto, vinho, azeitonas, azeite, queijo, pães.  Trouxeram também a cana-de-açúcar, trigo, couves, laranja, arroz, alho, alface, limão e muitos outros produtos. O uso de ovos na refeição foi outra tradição de Portugal trazida para o Brasil.
 O hábito de comer doces após as refeições, que chamamos de sobremesa também foi um hábito que os portugueses trouxeram. Ah! E ao contrário do que muitos pensam, o carnaval é também de origem Européia, trazida por volta do ano 1641(mas era completamente diferente da palhaçada que vemos hoje na televisão). E a feijoada tem uma grande contribuição Européia.
É um prato com origem no Norte de Portugal, e que hoje em dia constitui um dos pratos mais típicos da cozinha
Brasileira. Em Portugal, cozinha-se com feijão branco e geralmente inclui também outros vegetais (alguns que eu já citei aqui) juntamente com a carne de porco ou de vaca. Quando chegou no brasil, as pessoas adquaram os alimentos locais e mais  acessível a todos. Lembrando que os Portugueses também foram muito influenciados pelos costumes dos povos indígenas.
Essas tradições são tão fortes que fica difícil de desmitificar muitas coisas. Essas contribuições são tão significativas que a maioria dos brasileiros fala português (e uma observação curiosa: a nossa gramática passou por algumas mudanças para se aproximar do português de Portugal) e a maioria da nossa população são católicos. São laços eternos difíceis de apagar. Se não acontecesse tudo isso, provavelmente hoje fossemos uma província da Espanha.
É muito relativo eu afirmar que essas contribuições foram positivas. Não é só por eu ter um carinho especial pela figura de Dom Pedro I, que estou aqui enchendo esta folha com essas poucas linhas. Mas é que estou cansada de ouvir que Português é burro, que tudo o que ele fez foi marketing, estratégia do seu Regime. Ora! Ele fez o que queria fazer, e fez muito bem inclusive! Saiu sim correndo de Portugal! Mas eu faria a mesma coisa! Faria duas, três, quantas vezes fosse preciso pra eu escapar de tudo e tentar ser feliz. Você já parou pra pensar porque ele tinha tantas mulheres?(outra herança de Portugal). Quem sabe era a necessidade de sentir um amor mais carnal, pois mesmo ele estando cercado por muitas pessoas, se sentia só. E era digno dos adjetivos que eu mencionei no início do texto.
E o dia de hoje, a meu ver, não é um dia que retratemos a cor, a etnia, mas sim a BRAVURA vulgo cara – de- pau que eles nos deram.
TEM QUE TER MUITA RAÇA MESMO!

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